Praia da Coroinha, em Itacaré, não terá mais esgoto clandestino

praia da Coroinha, em Itacaré
Ascom/Benedito Simões

Já está em fase final as obras realizadas pela Embasa para implantar a captação de esgoto em tempo seco, eliminando o lançamento clandestino de dejetos da rede de drenagem pluvial, que deságua na praia da Coroinha, na orla principal de Itacaré, litoral sul do estado. A intervenção está sendo feita na confluência de dois canais de drenagem pluvial, a cerca de 150 metros da orla, melhorando as condições ambientais da praia. A captação em tempo seco retém, quando não chove, o fluxo proveniente da rede de drenagem pluvial, direcionando-o para a rede coletora da Embasa. Assim, quando não chover, a praia da Coroinha ficará livre do esgoto clandestino e lixo vindos da rede de drenagem pluvial, que é responsabilidade do município.

Originalmente, os dois canais eram córregos que vão em direção ao mar, originários do bairro Cidade Nova e da zona da Pituba. Ao longo de todo esse percurso, eles recebem o despejo clandestino de esgoto doméstico, além de lixo na época de chuva. Agora, todo esse material será coletado na área de interceptação em tempo seco e, através de tubulações, bombeado para a Estação Elevatória de Esgoto (EEE) 2, no bairro da Passagem, e em seguida para a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Itacaré.

A segunda etapa da obra vai ligar à rede coletora de esgoto os imóveis situados após o local de interceptação em tempo seco, que fica a uns 150 metros da orla. Um levantamento preliminar nessa área identificou 40 imóveis em situação irregular. Atualmente, 80% da área urbana da cidade de Itacaré são atendidos por rede coletora do Sistema de Esgotamento Sanitário (SES), operado pela Embasa, que encaminha os efluentes domésticos para uma moderna e equipada Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), localizada no alto do bairro da Passagem. Depois de processado, o efluente já tratado, livre de impurezas, é lançado no rio de Contas, conforme licença ambiental vigente e dentro dos parâmetros exigidos pela legislação do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA).

O monitoramento e controle de qualidade desses efluentes e também da água do rio (antes e depois do emissário) são feitos pelos laboratórios local e regional da Embasa. Além disso, os resultados são enviados para acompanhamento da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Sema) de Itacaré. Vale ainda lembrar a obrigatoriedade do proprietário ou inquilino do imóvel de fazer a ligação nos locais onde já existe rede coletora de esgoto, conforme determina a Lei 7307/98. Denúncias sobre ligações clandestinas ou imóveis sem ligação onde há rede coletora podem ser feitas pelo 0800 0555 195.

O engenheiro Tyto Wense, da Gerência de Operação de Esgoto (USIE) da Unidade Regional de Itabuna da Embasa, disse que a principal dificuldade da obra foi o trabalho de colocação da tubulação de esgoto dentro da galeria de drenagem pluvial. “É um trabalho difícil, delicado, principalmente por se tratar de um espaço confinado e que exige EPIs específicos para os trabalhadores”, observa Wense. No total foram colocados 1.507 metros de tubos de 250 mm e o custo da obra ficou em R$ 337 mil, sem contabilizar outros equipamentos, como conjunto de bombas, painéis elétricos e registros.